terça-feira, 19 de maio de 2009

Veneza



Continuando com o passeio pela Itália, vamos pular parte do que fizemos nos cinco primeiros dias, viajando de trem desde Milão apenas com o passaporte e as roupas do corpo (vide texto anterior), para falar da famosa cidade de Veneza (f).
Veneza (em italiano Venezia) fica na província de Veneza, no nordeste da Itália, e tem cerca de 266.181 habitantes. Estende-se por uma área de 412 Km2, incluindo as ilhas de Murano, Burano Torchello e outras. Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, quando sua frota já era uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da época. Na verdade, um império de influência 'mundial' comandado pelos Doges, os líderes da cidade. Controlava várias rotas comerciais, cidades - como Negroponto e Dyrrhachium (atual Durres) -e ilhas inteiras: Creta, Rodes, Cefalônia e Zante, por exemplo. De fato, os palácios e monumentos denotam passado glorioso e opulento. O simbolo da cidade é o leão, visto em muitos edifícios.
Quando se desembarca na cidade, imediatamente você é tomado por uma sensação de que está em um lugar diferente, muito especial. Além da aura mitológica do lugar e expectativa inerente a primeria vez, o êxtase da chegada talvez se deva ao fato de Veneza estar tomada de turistas por todos os lados e suas ruelas estreitas lembrarem algo como a derrubada da Torre de Babel: centenas de pessoas falando em idiomas diferentes:
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São dois pontos em comum entre os visitantes: sorrisos largos e câmeras fotográficas à mão. Outro fato que chama muita a atenção é a ausência de automóveis e isso é uma benção! Inúmeras praças pequenas, ruas estreitas, sinuosas e com caminhos repletos de pequenas pontes e passarelas que passam sobre os canais. Por mais que voce tenha visto isso nos filmes, ao vivo é outra coisa. Digo isso por experiência própria: não me empolguei muito com a idéia até chegar lá. Cidade cheia de canais e gondoleiros cantando? Parecia muito piegas, muito clichê.. Mas que nada!, Veneza é o bicho!
Você pode andar horas e horas pelas pequenas pontes e incontáveis praças, observando cada detalhe da arquitetura centenária. Que cidade bonita! Parece mesmo que você está num filme e o passeio de gondola, por mais caro que se apresente (entre 80 e 180 euros), não pode ficar de fora. Arrume mais brasileiros para 'rachar' o valor:
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Por sinal, uma ótima dica sobre Veneza é acordar MUITO cedo e ir direto para a famosa praça São Marcos. Durante o dia ela fica tão apinhada de gente que é impossível tirar uma foto sem que apareça um alemão, uma inglesa e um chinesinho atrás de você. De manha cedo a praça fica vazia, com um ou outro passando provavelmente indo trabalhar:
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Os canais fazem inúmeras voltas e não é nada fácil se localizar, mesmo com um bom mapa. Certa noite após jantar em um restaurante buffet, talvez o único na cidade, acompanhados de uma garrafa de vinho, rodamos muito até achar nosso hotel. A cidade vista de cima, com destaque para o grande canal:
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É classificada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Dos muitos monumentos e locais turísticos existentes, destacam-se a imponente Basílica de São Marcos, na Praça de mesmo nome, a famosa Ponte de Rialto sobre Grande Canal, construída em 1588, a Ca’d’Oro e numerosas igrejas e museus.
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Outro passeio importante é até as ilhas de Murano, Burano e Torchello. Geralmente nos hotéis, oferecem o passeio até Murano, para conhecer uma fábrica tradicional de cristais sem pagamento algum. Obviamente a idéia é encantar os turistas para que eles comprem cristais de lembrança da ocasião. Vá sem medo, observe com atenção ao espetáculo (abaixo) e aprecie as peças em exposição (no interior da loja não é permitido fotografar):
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Se não desejar comprar nada, não tenha vergonha e saia de cabeça erguida. Ninguém disse que tinha de comprar e o valor cobrado é absurdamente alto, mesmo se comparado com outras lojas na mesma ilha. 'Despachamos para o mundo inteiro', eles insistem. Saia da fábrica e aproveite para conhecer o resto da ilha de Murano, Burano e Torchello. Para as duas últimas, tem de pegar outro barco, mas o passeio vale a pena:
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A volta é por Lido e do barco é possível ver a imensa barreira que construíram para tentar evitar que Veneza afunde com a força das marés:
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A cidade é ainda famosa pelos seus certames internacionais, como o Festival de Cinema e a Bienal de Artes, pela Regata Histórica que ocorre no primeiro domingo de setembro e pela celebração do Carnaval em trajes e mascaras típicas. Os hotéis são caros e as lojas mais ainda. A comida não é barata, mas no final todos vão a Veneza e o passeio vale cada centavo:
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Desculpem a qualidadezinha sofrível dos videos. Eles valem mais a pena para ilustrar o texto do que para qualquer outra coisa. Mas com a pratica vamos aperfeiçoando.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Quem tem boca vai a Roma.

Olá! Desta vez é de verdade: vamos começar com a Itália. O país que possuiu 40% das obras de arte antigas na europa, incluindo farto patrimonio arquitetônico.
Temos fotos (847), videos e muita coisa a relatar como, por exemplo, que Roma é um imenso museu a céu aberto; que Veneza (f) é de fato maravilhosa; que Florença é o berço da cultura renascentista; que o Vaticano tem mais ouro do que 'Serra-pelada' jamais sonhou, e; que é possível andar mais de 10 horas por dia, durante duas semanas a fio (arf!) etc etc.

Mas antes de tratarmos do passeio em si, vou relatar como as coisas podem sair do controle e tornar a viagem, digamos, mais interessante. Afinal, quem nunca ouviu falar em extravio de bagagem?

Chegamos no Rio de Janeiro depois do almoço e devíamos sair às 18hs, aproximadamente, com destino a Milão (conexão em Lisboa). Era setembro e a viagem prometia muito. Estava com minha esposa e os pais dela, prontos para conhecer a Itália de norte a sul. O plano era descer até Capri, ilha ao sul na famosa bota mediterrânea (não confunda com a gigante Sisília).

O aperto começou por causa do atraso no voo da TAP. Como chegamos uma hora atrasados em Lisboa, perdemos nossa conexão para Milão. Tivemos de ir para Madri e de lá pegar outra aeronave para o destino planejado. Frustrados, pois já sabiamos que perdemos tempo precioso, fomos para a fila da imigração. Tranqüilo. Após uma piadinha sem graça, o oficial da imigração deixou nós quatro passar sem muita onda. Teve gente que não teve a mesma sorte.

Para aproveitar a deixa, vai ai a dica: não viaje sozinho e, se for mulher, jamais use roupas justas, decotadas ou chamativas. Pouca maquiagem, porque para eles o 'estilo tropical brasileiro' é um pulo para cair na prostituição. E não tem choro, mandam de volta mesmo.

Em Madri soubemos que nosso próximo avião seria da Alitália. (...) 'Alitália? Não estão de greve?' 'Não', respondeu a comissária, 'estão falindo...' Bom saber, afinal tivemos dois acidentes no Brasil há poucos meses, mas as Cias eram financeiramente sólidas, pensei.

O voo da Alitália parecia um curta da série 'Apertem os cintos, o piloto sumiu.' O avião balançava e fazia mais barulho que uma charrete.

Milão finalmente, com oito horas de atraso e em outro aeroporto, diferente do planejado. Passa o tempo, uma turma na esteira e nada das malas. Bingo!, não tem malas. 'Elas se perderam' no caminho. Vamos para o balcão da Alitália. Cade as malas? 'Estão com a TAP, em algum lugar'. E não tem balcão da TAP neste aeroporto. (...)

Aqui no blog é facil descrever, porque no dia, cansados e com um jet-lag de 36 horas na cabeça, tentando falar em italiano, rapaz... complicado. Para resolver, deveríamos deixar o nome e endereço do Hotel que eles iriam entregar as malas para a gente. Hotel? Endereço? Passaríamos por mais de dez cidades, de trem até Capri: como era possível deixar tanta informação? Não tem mais mala, nunca mais, pensei. Relaxa, vamos em frente. Deixamos uma cópia do roteiro que a Ana preparou (em portugues) para o 'tiozinho' italiano no balcão. (...com certeza nunca mais vou ver minhas malas...) Vamos comer alguma coisa e fazer o check in no Hotel. (...)

Milão! estilistas famosos, grandes times de futebol e uma das maiores cidades da europa:
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Uma cueca, uma camiseta sem vergonha e um par de meias a 50 Euros? Catzo!, porque eu não coloquei nada disso na minha mochila?

Para encerrar a perda das malas, vamos colocar as coisas da seguinte forma: cinco dias com a mesma roupa - nas fotos, estamos sempre com o mesmo visual. Lavava as peças intimas nos hotéis e devo ter queimado uns três secadores de cabelo até aprender bem como se faz para secar meias e cuecas. Entregaram as bagagens apenas em Veneza, o que foi muito bom, pois pudemos viajar bastante, a pé e de trem pelas cidades, sem ter malas para carregar. Depois, já no Brasil, a TAP indenizou a gente pelo transtorno após duas ligações simples e um pedido formal por email. Se a TAM e a GOL fossem assim...

E hoje para qualquer lugar que eu for, sem exceção, levo na mochila um jogo de cuecas, meias e escova de dentes para o caso de uma eventualidade. Depois eu posto mais informações, fotos e videos. ; )

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fim do Mundo



Ca estamos de volta e desta vez vou falar do Fim do Mundo. Isso mesmo, com letras maiúsculas porque não se trata de previsão bíblica, mas apenas de um lugar muito especial no sul da Argentina. Na verdade, não devo falar apenas 'no sul da Argentina'. Isso é muito pouco para podermos descrever a cidade (Ushuaia) mais austral do mundo. Isso mesmo, o local permanentemente habitado mais ao sul do planeta. Abaixo do paralelo 42, se não me falha a memória, e isso tem várias e sérias implicações, ao menos para quem mora lá ou deseja visita-la. Vejamos:
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Carnaval com grana. Sim, isso é dificil acontecer, mas nos permitiu comprar o primeiro passeio 'exótico', com direito a uns dias em Buenos Aires e El Calafate. Depois eu falo mais sobre esta última cidade - bem bacana, por sinal - porque tenho muito texto ainda pela frente.
Bem, era algo que eu sempre quis fazer, ir até o ponto mais ao sul do continente. Desde pequeno eu olhava o mapa e imaginava o que poderia ter lá na tal da Terra do Fogo. Afinal, porque alguém chamaria um lugar presumivelmente MUITO frio de terra do fogo? Vulcões? Podia até ser, afinal a cordilheira dos andes acaba por alí...
Daí chegamos na primeira informação interessante e veio novamente dos famosos exploradores espanhóis (lembra deles em Monte-VI-DEO?): diz-se que o nome é de autoria de Fernão de Magalhães, aquele famoso explorador português e primeiro quase circunavegador da terra. O coitado morreu no caminho, mas o relato da aventura é incrível (vide leitura sugerida: Além do fim do Mundo). Ele estava a serviço da coroa espanhola buscando uma passagem alternativa para as Indias Ocidentais sem ter de passar pelo Cabo das Tormentas. Navegando pela costa americana, ele e a tripulação viam do convés do navio, de noite, muitas fogueiras acesas na praia. Não podiam imaginar que aquela terra, fria pra dedéu, podia ser habitada. Os marujos supersticiosos especularam um monte de coisas: pensaram que fossem espíritos malígnos, dragões e bichos estranhos, ou furos na 'beirada do planeta' (estamos falando de 1519, quando não se tinha certeza que a terra era redonda)- etc, etc. Mas, para encurtar a estória, no fim o lugar ficou com o nome de 'Tierra del Fuego' - espanhol mesmo, no original - e, seus habitantes, os 'Fueguinos'. Esses caras, os índios, deram origem a muitas lendas. Apenas para se ter uma idéia, eles não tinham pêlos, andavam descalços e não usavam roupas nem no inverno. Tinham lá uma manta precária de pele animal que parecia mais um cobertor de indigente e enfrentavam o frio passando óleo de baleia no corpo com areia (imagine a cena...rs). Moravam em tendas igualmente precárias, eram baixos, fortes e pescavam leões marinhos de mais de meia tonelada em canoas feitas de pele! Dizem que a última índia 'pura' morreu há poucos anos. Mas houve tempo, ao menos, para o homem branco 'catalogar' bem a espécie antes de dizimá-la. A teoria mais aceita, diz que esse povo viveu na região durante dez mil anos e demorou menos de cem para serem exterminados pelo homem branco, após o início da colonização da área. É um caso clássico da antropologia. Museus, livros e até e filmes foram feitos sobre os antigos habitantes da região:
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Pois bem, voltando ao lugar, podemos dizer que a Terra do Fogo, o Fin Del Mundo, ou simplesmente Ushuaia (a pronúncia do 'sh' é com som 'z' e não 'ch') é uma região de intenso contraste. É o Alasca sul americano e não fica devendo nada a ninguém. Para se ter uma idéia, é uma das pouquíssimas regiões do mundo onde se pode esquiar 'ao nível do mar'. Cerro Castor é o ponto de referência para o esporte. Do quarto do nosso Hotel víamos o mar e, ao fundo, a Cordilheira dos Andes, com vários picos cobertos de neve.
Quem tiver ímpeto aventureiro e deseja ver o 'lado selvagem da vida' deve fazer dessa viagem destino obrigatório. É possível acampar nos parques nacionais e o visual é deslumbrante. Voce tem contato direto com os extremos do planeta, como por exemplo, temperaturas baixíssimas, ventos que 'descem' do céu com tanta fúria que espalha um 'quarteirão' de árvores pelo chão, além das clássicas mudanças repentinas nas condições meterológicas. Tem vários glaciares na região próxima a cidade que matêm micro-climas próprios. Para quem nunca esteve próximo de um glaciar* (massa gigantesca de gelo que se forma com a neve acumulada sobre as montanhas e desce em paredões por força da gravidade) e deseja saber como é a sensação térmica, basta tomar um ducha fria e se trancar por uns trinta minutos, ainda molhado, num freeser.
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A região tem muitas baías (Baia Lapataia, p ex.), penínsulas e montanhas. Uma floresta exuberante nas areas mais baixas e fauna diversificada. Vale a pena passar no Museu de História Natural para ver os vários espécimes: de tatarugas a pinguins, todos gigantes, e outros tantos bichos empalhados. Vários extintos por força da ação do homem, mas hoje em dia ainda pode se ouvir as batidas dos pica-paus que proliferam na mata. Para piorar, alguns idiotas pensaram em faturar uma grana com peles de castores, trazidos do Canadá. Esses bichos acabaram fugindo do cativeiro e, como não tem predadores naturais na região, proliferaram. Por natureza, fazem diques, que por sua vez formam grandes lagos, matam muitas árvores e forçam outros animais silvestres a abandonar o local. Teve situação semelhante com coelhos que também viraram uma praga. Teve ainda pesca predatória, matança de aves etc etc. A Terra do Fogo só está de pé por milagre.
Lembramos ainda que a região foi objeto de contenda entre a Argentina e o Chile. Fato que obrigou o Papa a intervir na solução. Para não ter mais problemas com posseiros e colonizar a terra, o governo argentino criou uma prisão, hoje desativada. Conta-se que muitos presos, inclusive da época da ditadura, após fugirem, passavam tanta fome e frio na floresta que pediam encarecidamente para voltar as suas celas. É zona franca!, com ofertas irresistíveis de vários produtos, desde vestuário a bebidas e perfumes. Trajeto contumaz de cruzeiros que vem de Buenos Aires e Punta, o Canal de Beagle (navio no qual Darwin passeou por tres anos) liga o Atlântico ao Pacífico e ainda é berço esplêndido de colonias de leões marinhos, focas animadas e muitos pinguíns. No Carnaval a temperatura gira entre zero e dezesseis graus Celcius. Tem muitos bares, cafeterias e apesar da cidade não ser a mais bonita do mundo, tem lá seus encantos. Faça todos os passeios disponíveis, mas verifique antes com a operadora, pois uns e outros podem ser a mesma coisa, com nomes diferentes. Se voce quer ter uma breve noção do que se pode fazer no Ushuaia, veja só este video:
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Para terminar recomendamos que deixem os testamentos prontos antes da viagem: as condições de pouso em Ushuaia podem ser horríveis, com muita neve e vento. Os pilotos da Aerolineas argentinas são bosn, mas os aviões... Nosso voo taxiou na pista e foi até a cabeceira, pronto para decolar. Após alguns minutos, voltou a plataforma e desligou os motores. Nisso veio um 'tiozinho' de macacão, com uma maleta e uma escada. Todos a bordo sem entender nada... O cidadão encosta a escada na asa, pega um martelo e dá-lhe cacetadas. Pléin, pléin, pléin... Coça a cabeça, olha para o piloto e dá sinal de ok, com o polegar. Tira a escada e vai embora, enquanto o avião seque para a pista de decolagem e nós rezamos sem saber o que vai acontecer. Afinal, o destino era mesmo o fim do mundo. : )

terça-feira, 28 de abril de 2009

Menelaw Sete: outro cara!


Então (...). Tenho estado muito ocupado e para não deixar o blog ocioso por tanto tempo, vou tentar fazer pequenas postagens com alguns assuntos relacionados a temas recorrentes. Poderemos, quem sabe, ter um espaço dedicado a pintores brasileiros, tal qual a postagem dedicada ao Luiz de Souza.
Pois eh: desta vez vemos o quadro Anjos (f) do baiano Manelaw Sete.
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http://www.menelawsete.com/
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Menelaw Sete é internacionalmente conhecido como o Picasso Brasileiro. Nascido em 1964 na cidade de Salvador, começou a desenhar desde a infância. Em meados da década de 1980, o artista completou um treinamento formal em uma escola de arte na Bahia e passou a se dedicar a pintura em tempo integral. Menelaw abriu um estúdio em bairro histórico de Salvador (Pelourinho) e seu trabalho chamou muita atenção de visitantes no Brasil. Hoje mora na Itália e expõe nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Sudeste da Ásia. Para quem quiser mais informações, em Curitiba, temos a Galeria Manolo Saez que expõe e negocia obras dele e de outros artistas renomados.
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Mostras permanentes:
Museu de Antropologia de Frankfurt - Alemanha Casa de América Latina - Bruxelas - Bélgica Consulado Brasileiro - Atlanta - EUA Coleção de Caixa Econômica Federal - Rio de Janeiro - RJ Museu da Cidade do Salvador - Ba - Br Museu CEAO - Salvador - Ba Museu - Ile Axé OPO Afonjá Museu Regional de Feira de Santana - Universidade Estadual de Feira de Santana Fundação Barbosa Rodrigues - Campo Grande - MS Consulado da Itália em Salvador - SSA - Ba Home Menelaw Museu Sete - Sicília - Itália.
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Amanha ou depois eu posto sobre a Itália. Ou sobre o Canadá. Sei lá, vamos ver. : )

quinta-feira, 26 de março de 2009

O Lugar Mais Bonito


Eu ia continuar com a viagem do Uruguay, mas vou dar uma pausa para contar sobre um dos lugares mais legais que já conheci.
Se não foi o mais bacana, com certeza foi o mais bonito: Bariloche.
Eu queria esquiar fazia tempo, mas o preço e a época do ano não favoreciam os planos, até que surgiu aquele pacotinho barato num hotel duvidoso.. Era final de agosto e também tivemos muito receio se encontraríamos neve nas montanhas para esquiar. Mas como estava barato, por que não arriscar?

Fizemos conexão em Buenos Aires e tocamos para a cidade que atrai muitos brasileiros no inverno. Verdade! Os argentinos acharam um cognome bem ilustrativo: 'brasiloche'. Com tom indignado, eles dizem a quem quiser ouvir que a cidade vira um 'inferno' com os brasileiros na alta temporada. Esse foi um dos motivos que pensamos bastante antes de ir para lá. Em geral, quando um lugar recebe muitos brasileiros, os 'nativos' criam certa antipatia. Estranho, mas sempre que encontramos o nosso povo no exterior, viajando 'de galera' principalmente, eles estão fazendo muito barulho e são, muitas vezes, extremamente inconvenientes. Temos de lembrar que nem todos gostam desse 'jeitinho brasileiro brincalhão e alegre'. Já existem aqueles sem noção alguma de educação, mas o negócio parece ficar pior quando saem de férias. Vou relatar apenas um episódio para não parecer que é besteira. Vale a pena para refletir:
Estavamos em Bariloche, numa lojinha de artigos baratos, típicos para turistas. Sabe aqueles chaveirinhos e cacarecos de qualidadezinha sem vergonha? Então. Qualquer ilustre que entrasse na loja veria que a camiseta de quinze pesos (!) não valia nada mesmo. Era presente (regalo) barato para as tias e sobrinhos distantes ou para quem voce realmente não gosta. Mas estava lá uma jovem senhora falando alto e reclamando bastante: 'Olha isso! Que porcaria! Não vale nada!' Enquanto bradava, pegava as peças e esgarçava as golas, detonando uma a uma. Ela não perecia interessada em comprar, mas apenas em falar mal dos argentinos e destruir o que encontrava pela frente. A vendedora, visivelmente cansada (chegam a trabalhar das 09:00 às 23:00, sete dias por semana na temporada), fingia que não estava entendendo para não ter de tomar uma atitude. Fiquei com vergonha de ter nascido no mesmo país daquela idiota. Para resumir, dá a impressão que muitos brasileiros que vão a Bariloche chegam 'apavorando', zoando pelas ruas e sem a menor noção de educação com los hermanos. Parecem pensar que a rixa no futebol pode ser extravasada em qualquer lugar, especialmente atrás da 'prerrogativa de turista'.
Mas superado o incidente, fizemos vários passeios: 'Circuito Chico', passeio ao Refúgio Neumeyer (voce não imagina a pronúncia disto em espanhol) e a impagavel pista de 'esqui-bunda.' Este é um trenozinho pequeno, com um manche, em que voce senta, estica as pernas e despenca ladeira baixo, na neve, atropelando quem fica pelo caminho. É a brincadeira mais legal na neve. Tão emocionante que perdemos a noção da hora e ficamos sem transporte de volta ao Hotel. Sem telefone no parque para chamar um taxi, escurecendo e muito longe de qualquer lugar, nosso pequeno grupo - dois casais, apenas - começou a se preocupar. Devido a insistência de pessoas de outra excursão, conseguimos uma carona até a cidade. Pelo povo de lá, teríamos ficado na montanha, largados a própria sorte.
Outro passeio que merece ser feito é a rota até o refúgio Neumeyer, de jipe. Além da trilha 4x4, tem opção de esqui alpino e a caminhada até uma lagoa congelada em cima da montanha:


Já o Cerro Catedral é o mais indicado para esquiar:


Por oportuno, vamos as dicas: 1) NUNCA siga os guias da excursão para alugar seus esquis. Você vai pagar uma fortuna e se submeter a situações horrorosas. Exemplo? tentaram reter nossos passaportes para garantir que devolveríamos os equipamentos. Procure as lojas mais distantes das pistas. São comerciantes que têm de tratar bem os clientes que conseguem 'tirar' das operadoras de turismo local e não se incomodam de dar muitas dicas úteis. 2) Se nunca esquiou, não deixe de fazer aulas. Não adianta tentar sozinho. O negócio tem sua técnica própria e você vai ganhar muito tempo de diversão se pegar uns atalhos com os professores. Ainda: se puder faça aulas individuais, ou em grupos bem pequenos, e de no máximo uma hora. Muita gente está lá apenas pela festa, não querem aprender nada e empatam as lições. Tudo vira motivo para fotos e os instrutores ainda acham graça. Muito tempo de aula também não adianta: aprenda pouco de cada vez e pratique depois sozinho. Em uma temporada, definitivamente, você não vai se tornar um 'ás' do snowboard. 3) Luvas de neve, por melhor que sejam, necessitam de luvas de tecido por baixo. Com a transpiração, a umidade não é totalmente absorvida pela luva externa e se acumula nas mãos. Isso gela! O mesmo com relação as meias. Leve sempre um par extra na mochila. Por melhor que seja sua bota, se ficar com as pernas enfiadas na neve vai entrar umidade e voce vai sentir dores de tanto frio. Dá para colocar jornal entre as meias e as botas. Aquece bastante e alivia o problema do suor. Por sinal, mesmo que esteja com calor, nunca se separe de suas luvas. O contato das mãos diretamente com a neve queima. 4) Leve sempre agua potável na mochila, não fume e não beba alcool. Na montanha voce desidrata rápido, a baixa pressão facilita a bebedeira e o surgimento de trombose. 5) Por fim, deixe para comprar gorros lá, pois os nossos não protegem o suficiente. São baratinhos. Use roupas de cores vibrantes para ser visto e evitar acidentes.

No mais é isso. Apesar de ser muito 'popular', Bariloche é uma das poucas cidades que fica bem próxima das estações de esqui e tem vários programas interessantes para quem não quer ficar na montanha o tempo inteiro.

quarta-feira, 25 de março de 2009

MONTEVIDEO (entendeu?)

Desta vez vamos falar de uma viagem muito boa. Pelo preço, duração do vôo e pelas pessoas bacanas que conhecemos, posso dizer que superou todas as expectativas.
Carnaval... sem grana. O que fazer? Da-lhe Deni (Blumenau) com a idéia salvadora em cima do laço: URUGUAY!, ela disse. Quanto? Trezentos e poucos dólares por pessoa, cinco dias, com dois passeios mais citytour? Deve estar brincando, pensei. Bem.. a Deni nunca nos colocou em roubadas.
Dá-lhe poltroninha apertada da GOL. Chegamos e inicialmente a impressão é de que Montevideo já foi uma capital muito portentosa. Teve um passado glorioso, com certeza, mas hoje não ostenta o mesmo brilho. Apesar de manter certos bairros vistosos, com casas coloniais imponentes, calçadas cuidadas e ruas arborizadas, a cidade não consegue esconder o triste retrato da crise financeira que se instalou no Uruguay faz muitos anos. Há intenso contraste entre a beleza natural do lugar com os prédios decadentes e carros velhos. Estranho mencionar, mas não vimos um shopping na capital com piso de granito. As pessoas te olham num misto de curiosidade e estranheza. Não parecem acostumados com turistas, apesar de aceitarem dólares sem titubear. De repente começamos a perceber que o custo do pacote refletia o momento econômico do país. (...)
Montevideo tem um mercado municipal festejado pelos moradores como 'o' ponto turístico (eh bem menor do que o de Curitiba e tah na fila para reforma). O fato é que ele foi projetado pelo mesmo engenheiro que fez a Torre Eiffel - com aquelas treliças características, e é cheio de churrasqueiras gigantes para fazer a tal da Parrilhada. Vejam só:
Tem também as famosas 'Ramblas' que, em árabe, significa 'caminhos de areia'. São calçadas MUITO largas a beira do Rio da Prata que deixa o calçadão de Copacabana parecendo uma esteira de academia. Obviamente não é tão bonita quanto a ciclovia carioca, mas é de fato enorme. São ótimas para caminhar de manhã:
A cidade é relativamente pequena, dividida entre a parte velha, próxima ao porto com ótimos restaurantes para jantar, e a nova, com vários parques lindos (vale a pena perder uma manha passeando neles), quadras públicas de tenis e de golf!! Mas vamos aos fatos curiosos:
Primeiro o nome da cidade, Montevideo. Reza a lenda que isso se deve aos mapas preliminares dos exploradores espanhóis que - com letra ruinzinha, imagino - anotaram a referência do lugar: 'o Monte VI (o sexto monte) D (na direção) EO (leste para oeste). Junte tudo e fica MONTE-VI-DEO. Montevideo! ..ãh??.. Ouvi bem? Isso mesmo. Já pesquei estórias insólitas, mas esta é no minimo interessante. Tá lá até hoje: Montevidéo, com acento para nós.
Os táxis: junto com o trânsito, merecia um capítulo próprio. São carros velhos, com pequenas batidas. Tem muito Corsa da GM e, junto com os demais loucos ao volante, 'voam' pelas ruas.
Se voce tirar um fim-de-tarde para ficar num bareco ao lado das ramblas, com certeza vai ver uma batida. Escolha um boteco próximo a um sinaleiro que não tem erro. Mas isso não é tudo.
Algum maladro fez um lobby no governo 'em prol da segurança dos pobres taxistas' para que todos fossem equipados com vidros a prova de balas. Mas a proteção fica apenas entre os passageiros e os motoristas. Bem... além de não proteger ninguem contra roubos, elas são um atentado contra qualquer norma mínima de segurança no trânsito.
Imagine voce, dentro de um taxi a 100 km/hora, sem cintos de segurança, apertado entre o banco e um vidrão grosso colado na sua cara. Se o carro bater vão raspar o que sobrou de você com uma espátula. Ah!, as janelas laterais do carro não são protegidas e os taxistas andam sempre com elas abertas. Na parte blindada, tem um 'buraquinho' para passar o troco, mas deve ser somente para turistas. Depois de uma ou duas corridas, voce aprende que é mais facil descer e pagar o motorista pela janela mesmo. Quanto tempo demorou para que os ladrões percebessem isso?
Mais uma coisa esquisita sobre os pontos de táxi (eu disse que dava um capitulo...): tem uma piazada que abre as portas para as pessoas nos pontos e pedem uns trocados por isso. Se os passageiros não dão a gorgeta, os motoristas entregam umas moedas. Sem problemas!, parece uma espécie de tradição da cidade, mas é muito estranho. Dificil acostumar e quando eles chegam atrasados, correndo apenas para fechar as portas, voce pensa que é assalto.
Já falei para não ir em hipótese alguma para Montevideo no Reveillon? Depois eu explico e aproveito para postar sobre Colonia Sacramento, Casa Pueblo e Punta Del Este. Aliás, adianto que Punta é linda e nos pareceu qualquer coisa entre Miami e Balneário Camboriú/SC.
Ah!, tava esquecendo. Depois de jantar próximo ao mercado municipal, entrando no táxi, fomos abordados por um 'abridor de portas' que pediu moedas. Eu disse que não, sem cerimônia, ao que ele respondeu: 'Ei, cara, eu sou brasileiro também! Me ajuda.' Rapaz... a crise tah tão feia que exportamos até mendigos.

terça-feira, 10 de março de 2009

Outlet em Nova Iorque



Continuando o texto anterior, segue ao lado a tal da foto da ponte do Brooklin: ao fundo temos parte do skyline de NY e nós com as indiscutíveis jaquetas de turistas. Mas vamos falar agora um pouco de compras que, em Manhatan, é uma necessidade indiscutível. Tem de tudo. O que voce procurar, em NY voce encontra. Pode dar trabalho, mas tem em algum lugar. Existem várias categorias e começamos a examinar as grandes lojas de departamentos multi marcas, como a Sacks - esta um ícone norte americano, a Macys, Bloomingdale’s e outras. Leva uma tarde inteira para ver o que cada uma oferece. Tem óculos, relógios, camisas pólo, roupas de calor e de frio, agasalhos de academia, meias e eletrodomésticos. Tem de tudo mesmo. O americano consegue realmente diversificar os produtos num mesmo espaço, trazendo novo alcance aos conceitos de 'mega-store' e lojas de departamentos. É quase uma cidade. Depois temos as lojas especializadas famosas, como de briquedos 'Fao Swartz' e 'Toys R Us', as lojas de CDs (extinta Vigin da Times Square), a loja da Apple debaixo do quadradão de vidro proximo ao central park, etc. Os preços são muito em conta, na maioria. Mas alguns artigos não valem a pena, como por exemplo as bermudas vendidas na Quiksilver, a U$.90,00. Em geral eletrônicos e cameras são uma boa pedida, mas não entrem em lojinhas tipo 1,99 que proliferam por lá. São repletas de vendedores pegajosos, insistentes e os produtos são de origem super duvidosa. Para reconhecer uma lojinha é facil: na vitrine tem um monte de cameras, bonés e DVDs players portáteis e os vendedores não usam qualquer uniforme que identifique a loja. É roubada na certa. Quer uma maquina fotográfica? Vá na BH (www.bhphotovideo.com/) e fale com o Moisés, brasileiro mais conhecido do que moeda de um real. Quer um notebook? Procure a mega store ou representante oficial da marca. Por fim, temos os famosos Outlets, ou shoppings de descontos. É para onde vão todas as peças das lojas que não foram vendidas nem na liquidação. Chegam a ter mais de 80% de desconto. O dificil é encontrar algo com o seu numero. Em geral são peças 'size' XXL. O mais famoso dos Outlets é o Woodbury:
Fica fora de Manhatan (para evitar o 'fogo amigo') e existe muitas agências que levam os turistas para lá. Não vale a pena ir de carro alugado, pois a estrada pode ser perigosa com animais - p. ex. as renas atravessando de surpresa na frente dos carros - e gelo na pista. Pague U$.60,00 e relaxe no passeio. Atenção especial para a loja da Sony, da Okley e da Timberland. Mas são tantas que seis horas é pouco para vê-las. Tem também Lacoste e Prada dentre outras. Mas nesses casos, os preços não são tão atrativos para se chamar de 'oportunidade' e as coleções são antigas com pouca opções de cores e tamanhos. De mais a mais, em Manhatan é facil encontrar boas promoções com excelentes preços. A melhor época, segundo informações de outros viajantes, é logo após o Reveillon. Mas tenha sempre calma para não se empolgar com coisas que voce provavelmente nunca irá utilizar, como por exemplo uma luva de baiseball do yankees. Tenha em mente também que tudo o que voce comprar tem de caber nas malas (maximo duas por passageiro, pesando até 32 kg cada) e ainda passar na Receita Federal quando voltar para o Brasil. : )

quarta-feira, 4 de março de 2009

Carnaval no Central Park com muita neve.



Então... disse que eu e minha esposa Ana Paula (foto) iamos passar o Carnaval em Nova Iorque para fugir do calor e do agito. Aproveitar a ocasião para fazer boas compras. Foi mais ou menos assim: Chegamos no aeroporto JFK às 05:40 da manha e podemos ver que o frio seria de lascar. E se não bastasse as temperaturas baixas, tivemos também a compania incansável do vento, durante todos os dias. Li bastante sobre Nova Iorque, mas em nenhum lugar fui informado que o vento em Manhatan, muitas vezes 'encanado' nas esquinas, era uma constante no inverno e atormentava os turistas mais desavisados. Ficamos hospedados no The Pod Hotel, entre a 1ª e a 2ª Avenida, na Rua 51:

http://www.thepodhotel.com/

Eh do tipo que se convencionou chamar de 'Hotel Design'. E isso, na minha opnião, é o que se pode dizer de hoteis com micro-quartos e decoração mais 'descolada', moderninha. Deve ser uma espécie de 'compensação', ou talvez a unica forma de convencer as pessoas a pernoitar ali. Na cama pequena, o casal pode revezar o canto preso junto a parede e a beirada, com o risco de cair no chão. Não cabem mais de duas malas no quarto. Se fizer muitas compras, ou um dorme no corredor ou tem de solicitar na recepção um espaço extra no depósito. Mas o que realmente vale neste hotel é a ótima localização, bem central. Da para visitar a pé desde o museu Guggenheim (Upper East Side) até, para os mais animados, Wall Street no Financial District. Por sinal, conhecemos a pé a cidade inteira. Certa ocasião andamos mais de 90 quadras, em zigue-zague, do Battery Park (extremo sul da ilha), passando pela Ponte do Brooklin, Soho, Chinatown e Times Square até o Hotel. Pernada (!) que rendeu caimbras por dois dias. Mas valeu. Pudemos ver os contrastes de NY. Quando voce vira uma esquina em Chinatown e entra no Soho, por exemplo, a paisagem, os prédios, as ruas e as pessoas circulando mudam dramaticamente. Parece brincadeira, mas é questão de atravessar a rua e voce está em outro 'universo' completamente diferente. O Soho, por sinal, é considerado o bairro dos artistas, das lojas caras de grife e muito frequentado pelos estudantes universitários. Com prédios baixos restaurados, pouco movimento de automóveis, é um dos bairros mais bacanas para passear, tal qual o West Village - este último famoso pelos 'lofts' e pelos residentes de orientação sexual, digamos, diferenciada. Quem preferir ir objetivamente direto ao ponto, pode optar pelo metrô. São dois dólares cada ticket e te leva a todas as partes com conexões. Outra opção imperdível é atravessar a Ponte do Brooklin para ver o famoso 'skyline' de NY do continente. Depois eu posto uma foto, mas, se tiver pressa busque 'NY skyline' no google images. Eh um clássico:

http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=ny%20skyline&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wi

Tem também o famoso Pier 17 no pé da ponte com bons restaurantes e uma pequena galeria de lojas. Da para bater altas fotos em dias ensolarados. Por conta da crise financeira e do final do inverno, encontramos a cidade em liquidação, com descontos de até 80%. A loja da Virgin na Times Square e mais outras cem empresas estão fechando e queimando todo o estoque. Vimos filmadoras da JVD por 270 dolares! Realmente, é dificil respeitar as cotas da Receita Federal e os limites de bagagem das cias aéreas. Diferente do esperado, tivemos uma grata surpresa em NY: você encontra comida para todos os gostos, sem ter de engolir Mac Donalds todos os dias. Mas tem os lembretes de quem se deu mal: primeiro, fuja do Pizza Hut. A Super Supreme deles não lembra nada aquela que é servida no Brasil. Além disso o restaurante é sujo e mal frequentado. Parece cantina de indigentes. O Planet Hollywood também é uma farsa. Comidinha ordinária e decoração que tenta misturar o Parque dos Dinossauros com Comandos em Ação. Patético e decadente. Se estiver na Times Square vá direto para Hard Rock Café que não tem erro. Sanduíches e pratos quentes, com muito molho de tomate no melhor estilo americano, com direito a ver o manuscrito de 'L.A. Woman' colado na parede logo na entrada, ao lado de outras preciosidades. O copão de 700 ml de Pepsi é o 'size' disponível. Tem também alguma coisa mexicana que não chegamos a provar. Para tomar café da manhã o que encontramos de melhor é a franquia 'Pax' (pessoas em frances). Não tem como errar, pois o letreiro é grande e amarelo. Preço bom, com muitas opções de frutas, pães etc. O mais próximo que pudemos chegar do café da manha no Brasil. O second best da viagem é a pizza do Mike, ou simplesmente Original Mike´s Pizza (1315, Lexington Ave, prox ao Guggenheim). Não se assuste com o lugar. É esse mesmo: minúsculo! - tem 'gente escondida' no porão. Maravilhosa e idêntica as pizzas que comemos em Roma. Massa fininha e otimo tempero. Não nos demos a oportunidade para grandes extravagâncias culinárias, pois sequer levamos roupas adequadas a um restaurante mais chique. Lembramos que os nova iorquinos se vestem em geral muito bem e nossas jaquetas coloridas - típicas de turistas - causariam constraste com a sobriedade dos nativos. Se tiver dificuldades para achar lojas ou outras informações, siga para a famosa loja da Apple, na 5ª Av, entre a 58 e 59st. Tem internet 'grátis' (Mozilla Fire Fox), banheiros limpos e calefação. Por falar em calefação, se o objetivo era fugir do calor não poderíamos ter escolhido lugar melhor: no penúltimo dia da viagem, 02 de março, pegamos uma tempestade que fez despencar os termômetros para -17º. Segundo o Weather Channel, devido ao vento a sensação térmica era de -22º!!! Acordamos muito cedo para 'ver a neve' e bater muitas fotos. O Central Park fica maravilhoso e vale a pena o esforço.

http://www.youtube.com/watch?v=tAeVGFoar3A

Caminhando pela cidade, a hipotermia era questão de tempo. Não é a toa que o Starbucks tem uma loja a cada cinco quadras. Para terminar, a volta: o piloto da TAM foi 'brincar' no central park, escorregou no gelo, caiu e quebrou o braço um dia antes do nosso voo para o Brasil. Tiveram de buscar outro comandante que chegou tres horas depois do horário previsto para a nossa decolagem. O saldo foi uma noite em São Paulo, aguardando a conexão para Curitiba, confortavelmente alojados num hotel parceiro da TAM. Depois posto mais fotos e informações que ficaram de fora. Abs.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Cavalinho Rampante.



Se voce já viajou para qualquer capital dos países de colonização hispânica, na américa do sul em especial, deve ter perdido a conta de quantas estátuas vistas com um herói nacional na 'garupa' de um portentoso cavalo. Tem o tal de San Martin (José Francisco de San Martin y Matorras - 1778/1850), famoso general-herói da independência argentina. Tem também Simon Bolívar (Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y Blanco - 1783/1830) que é nome de rua, escola e até igreja na Venezuela e não sai da boca de Hugo Chaves. Além do nome comprido, o falecido tem em comum com San Martin o fato de ter sido um revolucionário libertador da américa (depois do Chaves, toda vez que eu ouço a palavra revolucionário me dá coceira). A foto que ilustra a matéria é exemplo típico, apesar de ter sido tirada em Roma (eu não achei outra boa nos arquivos). Mas aí eu pergunto: voce já reparou na diferença entre os cavalos? Mais especificamente: já reparou que tem cavalos com as duas patas da frente no chão e outros sem nenhuma? E também, como o exemplo da foto, com apenas uma pata no ar? Será capricho dos escultores? Ouvir dizer que não. Parece lenda urbana, mas se não é verdade é no mínimo muito curioso. Dizem que se o cavalo tem as duas patas coladas ao solo é porque seu condutor morreu, velhou ou novo, de causas naturais. Se, porém, o eqüino tem apenas uma pata no chão é porque o ilustre figurante morreu devido a ferimentos de batalha - mas não no teatro de operações - ou ainda, que durante a sua vida foi ferido em batalha. Agora o tipo mais raro: o alazão com as duas patas - dianteiras, por óbvio - levantadas, como se interpelasse furiosamente o expectador (quem é torcedor do Coringão já deve ter visto isso, ao vivo, enquanto saia de um estádio, rs). É como o símbolo da Ferrari, o famoso cavalinho rampante. Essa honraria é destinada apenas aos heróis mortos em combate, no calor da luta, em plena ação. E acho que é o mínimo que puderam fazer ao coitado, depois que morreu em defesa do seu povo.

Na hora de pegar a estrada: Mala Pronta!



Vamos lá: mais uma vez falar dos parceiros que nos ajudam na hora de fazer as malas e seguir para qualquer destino.
Lembramos apenas que não tem dinheiro na jogada, estamos apenas informando serviços que não te deixam na mão da hora do aperto.
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A palavra é MALA PRONTA, mais especificamente:
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Funciona mais ou menos assim: se voce busca um hotel para ficar, prefere negociar diretamente com o prestador de serviço sem intermédio de uma agência de viagens e não tem idéia de onde procurar, seus problemas acabaram. Neste site é possível fazer a busca de acomodações em hotéis previamente selecionados (não tem roubada na lista de opções) de acordo com o valor que voce pretende gastar. Tudo é facil e rápido e, de quebra, voce ainda pode dar nota aos hotéis e fazer comentários sobre a estadia - o que ajuda muito os demais usuários na hora de decidir entre um e outro lugar.

Buenos Aires e Santiago? vamos de taxi!



Existem três palavras que serão entendidas em qualquer lugar do mundo e são essenciais para qualquer viajante. São elas: Dólar, Táxi e Hotel (lembre-se apenas de pronunciar, nesta última, o 'H' com som de 'R'). Existem outras também de muita utilidade e que representam 'conceitos' quase universais, mas eu não garanto 100% que serão entendidas ou que você pode falar sem medo de ter complicações. Exemplos: Big Mac, Pepsi e Toilete, dentre outros. Se você pedir um Big Mac no Paquistão, ou desejar ir ao Toilete num safari no meio do Serengueti o resultado pode ir do desatroso ao hilário. Mas vamos em frente. O que Buenos Aires, Santiago e taxis têm em comum? Em ambas as cidades voce pode - e deve - fazer preferência desse meio de transporte para os passeios, mas com alguns cuidados. Em Buenos Aires (BUE - código Iata de Buenos Aires), por exemplo, é muito importante seguir algumas dicas: evite pegar taxis na rua, não perca seu dinheiro de vista quando fizer o pagamento e não o faça em nota grandes. Explico: já ouvi muitos casos de os passageiros entregarem notas de cinquenta pesos e o motorista alegar que o dinheiro é falso. Na verdade, ele trocou a sua nota por outra falsa e vai imputar isso a voce. E não adianta fazer alarde. Lembre sempre que voce não está no seu país e por conta de cinquenta pesos o problema pode ficar mais complicado. Resumo: taxi em BUE não se presta a fazer troco. No aeroporto (internacional é Ezeiza e o destinado aos voos domésticos é o Aeroparque) também precisa ficar de olho. Não pegue taxis na rua. Tem um guiche no saguão, logo depois do desembarque, em que voce informa o destino e paga alí mesmo, na hora. Voce já sai com a corrida acertada e num taxio frotista confiável. Parece brincadeira? Soube de uma moça que, viajando desacompanhada, foi deixada na rodovia entre o aeroporto e a cidade, com malas e tudo, depois de ter sido extorquida em mais de 200 pesos! Na cidade, peça para o seu hotel chama-los. Também ajuda muito e evita problemas. Nas duas capitais do título o passeio de taxi é muito barato, mas em Santiago o négócio é melhor ainda: além dos motoristas serem mais confiáveis, voce pode descer a cordilheira até o litoral (+ - 01:00), para Vinha del Mar por exemplo, por 40 mil pesos. São passeios de taxi que podem durar a manha, a tarde ou o dia quase inteiro, para conhecer cidades do litoral próximo com um 'guia' bem atípico: o próprio taxista. Quer conhecer a casa de Pablo Neruda na praia, ver o porto e ainda cutir um almoço a beira mar? Pelo valor acima tah resolvido. Por valor bem menor você conhece as vinícolas da região (Concha y Toro, Montes, Santa isso, Santa aquilo, hic!). Visite apenas uma por vez, porque sempre tem degustação, na faixa ou por valor simbólico. Registramos que o cambio na época (fev/2008) era de aprox. 1 dólar para 600 pesos. Se voce dividir por duas ou tres pessoas fica uma barbada, especialmente se comparado com os pacotes comprados no Brasil. A diferença é que, ao invés de ouvir a história da região, voce vai conhecer a vida inteira do taxista que não para de falar. Se souber lidar bem com isso, pode valer muito a pena.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Luiz de Souza - Esse eh o cara!



Para quem gostou da ilustração da mensagem anterior, apresentamos o pintor curitibano Luiz de Souza. Seus trabalhos são ótimos e seu 'merchant', Luiz Barbosa, é acessível e gente boa. Outros quadros e dados para contato podem ser conferidos no site do artista:

http://www.luizdesouza.com.br/

Quem preferir ver os trabalhos sendo realizados 'ao vivo', podem checar os posts no Utube:

http://br.youtube.com/watch?v=ilEwVqHmS9Y

Para finalizar, apenas registramos que o ilustre expõe seus trabalhos no exterior, é muito elogiado na Europa (notem que o fundo da peça acima é de uma famosa Igreja na cidade de Veneza) e pode ser um bom investimento para quem curte arte contemporânea.

Chuvas e Temporada em Santa Catarina




Então, amigos, apesar das chuvas pesadas em Santa Catarina terem acabado há mais de um mês, parece que seus efeitos ainda serão sentidos por muito tempo. Segundo informações de alguns moradores do litoral, a temporada não foi das melhores e isso aconteceu especialmente em face dos cancelamentos das reservas em meados de novembro do ano passado, ocasião em que vivenciávamos o ápice da destruição causada pelo clima que anda de cabeça para baixo. Hoje em Mariscal, por exemplo, temos muitas vagas nas pousadas e casas disponíveis para locação. Alguns podem tributar a temporada fraca à crise mundial, mas lembramos que, com a alta do dólar, muitas pessoas que iriam para fora preferiram guardar dinheiro e procurar opções mais em conta no território nacional - apenas por tocar nesse assunto agora, deixo registrado que eu e minha esposa viajamos mais para o exterior porque, aqui de Curitiba pelo menos, é mais barato do que ir para o Nordeste. Entretanto a maior preocupação é a seguinte: como os litorâneos 'tiram' o sustento do ano durante os meses de verão (não temos turistas no inverno rigoroso), se há queda neste período, a coisa tende a ficar feia. Assim, segue a dica para o Carnaval: existem muitas vagas ainda com preço em conta. Aproveitem!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

De vento em popa!!


Então. Desta vez vou falar sobre uma das coisas mais legais que eu já fiz: velejar. Pra começar, acho importante ressaltar o fator simbólico que um barco a velas exerce sobre a maioria das pessoas. É um ícone muito explorado em livros e filmes e que a maioria já deve ter visto: o fim da aventura em que o herói encontra a mocinha e ambos seguem num veleiro sem destino. Isso pode soar (e é, efetivamente) muito clichê, mas se for prestar atenção, estou descrevendo o final do filme 'Tudo por uma esmeralda (1985)', com Michael Douglas e Kathlen Turner, que na época foi um estrondoso sucesso. Quem nunca pensou em se aposentar, ou até largar tudo, e ir morar num veleiro. Ir pro Caribe? Austrália? Tenho um casal de amigos de BSB que fizeram exatamente isso, após mudarem para o Rio. Vida simples, sem pressa. Poucas coisas a bordo, pois o espaço é sempre limitado. Dá para falar bastante sobre isso, mas vamos ao que interessa. Para começar as vantagens objetivas do veleiro em relação as demais embarcações e outros meios de transporte: O silêncio, pois só se ouve a brisa soprando as velas. Parece pouco? Isso é muito legal em alto mar. Sensação de paz e liberdade que é dificil descrever. Tem de estar lá para sentir. Autonomia: é possível fazer a volta ao mundo em um veleiro, sem quaisquer paradas e em solitário. Registro: fazem isso todos os anos, mas apenas dois brazucas conseguiram (Amir Klink e Aleixo Belov):




Não dá para colocar tanto diesel num barco pequeno para aguentar a longa trip. Aliás, sobre Amir Klink, li que ele começou a velejar porque gostava de viajar e descubriu que era a forma mais barata de faze-lo. Sobre a nossa experiência? Começou com a ligação de um casal de grandes amigos, o Luiz e a Melissa, convidando para um curso de vela no fim de semana na Baia de Antonina, Paranguá/PR, com o Denilson (Vela e Aventura). Disseram que era bacana e que o tempo ia colaborar, não era tão caro etc. Combinado, descemos a serra do mar (BR 277 - CTBA/Pgua) numa sexta-feira, logo após o anoitecer. Começo de inverno (aqui no sul isso é um fator muito importante), uma chuvarada de lascar, pensei: que roubada! Chegamos ao Iate clube de Pgua, encontramos os amigos e entramos no veleiro. Tamanho: 30 pés - bom presságio, era a marca da minha primeira prancha, pensei. Primeira noite: uma cerveja com pizza e aulas básicas. Pra dormir o veleiro não é, assim, como uma suite de hotel cinco estrelas. Pequeno, apertado e o colchão não é igual ao lá de casa. Tudo bem, primeira noite tem de se acostumar mesmo. Dica: se precisar ir ao banheiro, a melhor coisa é ir até o toilete do clube - mesmo as três da madruga e de baixo de chuva. Se bebeu, cuidado pra não despencar do píer: a baía é famosa pelas fortes correntezas da maré e você pode acabar na ilha do Mel. Se for em alto mar e sem muitas ondas para balançar, dá para fazer o número 1 do convés do barco. De manhã, após mais um pouquinho de teoria (velejadores não conseguem ouvir a palavra 'corda', tem de chamar de 'cabo') e avisos de praxe, começamos a manobrar e seguir para a verdadeira diversão. Quando o veleiro 'engata' num bom vento, rapaz..., eh muito legal. Tem muitos cabos para cuidar, mas com o tempo voce pega o jeito da coisa e já acha que dá pra fazer graça. Neste curso-passeio, descobrimos que a baia de Pguá é o maior fiorde do mundo (fiorde é uma grande entrada de mar envolta de altas montanhas rochosas), com mais de 180 KM de perímetro, e ainda é pouco explorado. Dá para passar mais de um mês velejando em suas aguas sem ver tudo. Santo de casa não faz milagre? a baía é o bicho! Linda, linda. Descobrimos ainda que tem milhares de coisas que um velejador que se preze deve fazer para evitar sustos e acidentes; que o maior perigo na embarcação não é afundar, mas um incêndio; que existe um universo de diferenças entre os velejadores e os donos de barcos motorizados - grosseiramente resumindo como 'hippies' x 'playboys' (podemos falar disso em outra ocasião, pois o artigo já está ficando longo). Por sinal, os velejadores do Iate clube de Pguá formam uma grande comunidade de amigos, sempre dispostos a ajudar e emprestar alguma peça ou ferramenta que se faça necessária (em geral o dono do veleiro faz a própria manutenção e isso é parte importante da brincadeira). O mesmo deve acontecer mundo afora. Então, se você tem uns 40 mil sobrando, tem certeza do amor e da compreensão que sua mulher nutre por você (isso vai ser testado na primeira noite no barco com ondas, calor e mosquitos) e deseja ver o verdadeiro lado aventureiro da vida, compre um veleiro. Aviso: por menos de 40 mil, ou o barco não tem cabine ou voce está colocando sua vida nas mãos de Deus. Melhor ainda: faça um test drive antes de comprar. Fale com o ilustre Skiper Denilson:


O saldo da viagem? Dificil explicar, mas até hoje eu leio o jornal para ver se encontro alguma 'oportunidade' por menos de 40 mil nos classificados..

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Maracanã do Surf II


Bem. Andei pensando e talvez eu não tenha sido justo com Saquarema na postagem anterior (abaixo). As praias têm também alguns encantos. Com relação as pousadas e acomodações disponíveis, temos de registrar que o preço, de fato, é o melhor negócio. Itaúna, ao norte da Igrejinha... Não sei se já falei, mas o morro com a Igrejinha de Nazare divide Saquarema em praia da Vila, ao sul, com mais bares e estrutura, da praia de Itaúna (foto). Então, Itaúna tem os melhores preços, é muito mais tranquila (sem muvuca na areia) mas não vai tão bem na prestação de serviços. Para ficar em Itaúna escolha uma boa casa (existem muitas, grandes e bem estruturadas) ou a pousada 'Garota de Itaúna' (a melhorzinha vista por nós) que tem um restaurante de mesma denominação na frente, junto a praia. Eh um dos picos do surf (mas neste, especificamente, é socado de long boarders). Eh a praia do Footvolei também. Já a praia da Vila tem muitos quiosques na calçada beira-mar onde voce pode tomar agua de coco e o famoso 'Guarana Viton' (o substituto deles do Mate Leão gelado e que ajuda muito na hora que a ressaca pegar). So tome cuidado com os canudinhos - peça-os lacrados - e com os pestiscos. Meu amigo disse que não temos os anticorpos necessários para comê-los. No mais, novamente lembrando o fator econômico, o quilo do camarão pistola saia por dezoito Reais - no auge da temporada! - e existem vários supermercados na cidadela. A virada de ano? Diferente: uma galera na praia, com jeito de quem se conhece de muitos outros carnavais, e poucos fogos. Muita alegria apesar de não se 'pular ondinhas'. Lembre-se que a praia é do tipo 'Tombo' (onde a areia cai repentinamente e as ondas terminam num quebra-coco). É aviso: se voce tentar, a brincadeira pode acabar mal. De dia dá até para nadar, mas sempre com cuidado. A agua é fria (non troppo), pode ter correnteza e não vimos muitos salva-vidas. No mais, Saquarema é isso: praia do surfe, dos bichos-grilos, muitos sapos, pererecas, de quem curte recantos menos explorados e não se incomoda de ter os chinelos levados pelos mosquitos enquanto curte um belo por do sol (juro!, eu vi um pernilongo que parecia mais um besouro). Em tempo: apesar do governo e prefeitura não ajudarem nada na infra estrutura - coisa típica no Rio - o pessoal de lá é muito gente boa!

Maracanã do Surf




Então... Começar do início ou do fim? Da melhor ou pior viagem? Vou começar pela última, mais recente - por óbvio - e cuja descrição é mais clara na memória. Isso facilita muito as coisas. Conforme a saudosa coluna de Sérgio Rodrigues (nominimo.ig), a palavra é: SAQUAREMA. Rumo norte da cidade do Rio de Janeiro, aproximadamente a uma hora de Niterói (RJ 106 e/ou RJ 102), Saquarema é a cidade considerada por muitos o Maracanã do Surf (não irei martelar muito sobre o esporte do qual já fiz outras referências, mas foi um dos motivos da viagem - além da cia dos amigos e do custo baixíssimo). Saímos de CTBA (CWA ou, ainda, Curitiba) no dia 27/12 em vôo da GOL para o Rio. Impagavelmente recebidos no aeroporto pelo amigo (Irmão!!, ele corrigiria) Napoleão, seguimos em estrada pouco sinalizada para Saquarema. Calorão danado, especialmente para nós de Curitiba (Dublin brasileira). Vamos lá, com todo o respeito, mas Saquarema é horrorosa. Pensei que chagavamos em Ciudad del Este no Paraguay. Salvo as praias (da Vila e de Itaúna), a famosa igrejinha (Nossa Senhora de Nazaré) e as ondas, não tem muito para ver, não. A praia famosa pelas ótimas ondas, do lado da Cidade Maravilhosa, deve ser tal qual a Ferrugem ou Praia do Rosa (sul de Floripa), eu pensei. Altas pousadas, bares, boites e restaurantes top de linha? Nada, nada. Ficamos em uma casa grande e boa, com piscina e sauna em Itaúna, ao lado de uma reserva de Mata Atlantida - Maracanã dos mosquitos e outros bichos esquisitos que eu ainda não conhecia. Não havia buracos na rua, porque há muito tempo esta tinha sido engolida. A fauna é interessante: macaquinhos, pássaros cantarolantes e coloridos além de cachorros e bois passeando pelas ruas. Vero! Depois de curtir sob o sol fluminense até torrar as costas, resolvemos explorar o restante da região. Fomos até a Praia do Peró, em cabo Frio, pelo caminho do lagos. Esse trecho - lagos - é muito lindo e vale a pena o esforço (a estrada não é das melhores). Tem excelentes praias, dentre elas a do Foguete, pouco antes de cabo frio, que deu vontade de ficar. Búzios fica um pouco mais adiante (qualquer animal com um mapa do estado sabe disso), mas não tivemos a chance de conhecer: culpa da cerveja Itaipava - presença constante entre os amigos. Resumindo: Saquarema é boa, mas não tem estrutura. Vale a viagem pelo surf:

http://www.youtube.com/watch?v=_KeL6I22R20&feature=channel_page

Prefira, especialmente se for levar a digníssima, ficar em uma das praias de Cabo Frio (não na cidade), que tem ótimas opções para o esporte, fica no meio do caminho entre Saquarema e Búzios, e faz boa base para visitar toda a região. Não tivemos muito tempo para conhecer o Arraial do Cabo, que tem praias muito bonitas, mas revela o costão tão apinhado de residências que me lembraram, em alguns aspectos, a favela do Vidigal. Quer algo mais específico para ficar? Praia do Foguete e Praia do Peró.

Blog Antigo do Canadá



Criamos um blog da viagem que fizemos para o Canadá. Tem fotos de amigos e mais alguma coisa. Passamos o link para terem uma previa:

http://todosbem.nafoto.net/index.html

Por sinal, o nome do Blog é 'Onde está o Urso?' por conta das inúmeras piadas que surgiram sobre o bicho peludo que ninguém viu.

Videozinho

Esse é meu primeiro videozinho (só tenho um por enquanto) de qualidade sofrível que fiz com algumas fotos e trechos de viagens. Quem quiser conferir, segue o link do Utube:

http://www.youtube.com/watch?v=zNW26eaKK10

Breve Histórico



Sempre gostei de viagens. Quando era pequeno nossa família embarcava numa Caravan e íamos de Brasília até a casa de meus tios, no Norte do Paraná para passar as férias. Na época, isso era o máximo: acordar as cinco horas da manha e tocar por estradas horrorosas por muitas horas, parando pouco para almoçar em postos de gasolina ouvindo as estórias do velho ('quando passei aqui, em 1968...'). Depois dessa época, com meus pais separados - um morando em Brasília (BSB) e outro comigo em Curitiba (CWB) - começei a viajar sozinho de ônibus. Vinte e duas horas (com tempo bom) entre a casa de minha mae e do meu pai. Fiz 'amigos', ouvi MUITO walkman e decobri que viajar de onibus no Brasil é quase uma aventura e pode ser até perigoso. Depois veio o tempo da 'galera' e do surf, em que viajávamos quase todos os fins de semana para as praias do Paraná e de Santa Catarina. No cursinho matava aulas, especialmente nas segundas-feiras, mas isso eu conto depois. Depois de formado, ganhando algum dinheiro e casado com uma mulher vidrada em viajar, não teve jeito: começamos (internacional) por Buenos Aires num feriado (07/Set) memorável com grandes amigos e dólar em queda. Depois veio El Calafate, Ushuaia, Bariloche (êta Argentina que não sai do pacote) Montevideo, Punta, Colônia, Santiago, Canadá e Itália. Detalharemos isso adiante, afinal este é o objetivo do Blog. Temos também algum tramite em território nacional (Brasília obviamente não conta): estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e as praias de Santa Catarina - quase todas. Vamos agora para Nova Yorque no Carnaval (hehehe, compras!!). ... Feitas as apresentações, acho que agora, sim, podemos começar.

Vamos começar


Então. Os blogs já são quase coisa do passado. Já temos os foto-blogs, video-blogs e mais uma infinidade de meios de comunicação simples que nos poupam tempo e são bem diretos ao que nos interessa. Dai a pergunta: porque fazer mais um blog? - aliás, hoje são milhares e dificilmente encontramos um com o qual podemos nos identificar. Bem, iniciamos o trabalho tardiamente (já passada a 'novidade blogueira') porque encontramos um vácuo nas informações destinadas as pessoas que tem vicio incurável por viajar (mesmo gastando 'os tubos') mas não dipõe de um espaço para trocar idéias e dicas sobre os lugares que pretendem conhecer, especialmente os destinos menos requisitados dos quais trataremos no futuro. Um exemplo disso foi a idéia de passar o Reveillon de 08/09 em Montevideo. Eu e minha esposa já conhecíamos a cidade e parecia algo BBB (bom, bonito e barato). Pesquisei horrores e não encontrei quase nada a respeito que pudesse nos ajudar a decidir, até encontrar o blog da Ane Callegaro (Coisas da Ane). A notícia de que em Montevideo não tem nada para se fazer (nem queima de fogos), senão as festas fechadas aos curiosos, foi salvadora. Em tempo: (dizem que) no centro da cidade os jovens jogam agua suja nos desavisados. Enfim a idéia é esta: trocar opniões, experiências e dicas para quem ninguém embarque em roubadas e, melhor que isso, que possamos aproveitar o máximo as viagens. Espero que aproveitem. Abraços.