terça-feira, 19 de maio de 2009

Veneza



Continuando com o passeio pela Itália, vamos pular parte do que fizemos nos cinco primeiros dias, viajando de trem desde Milão apenas com o passaporte e as roupas do corpo (vide texto anterior), para falar da famosa cidade de Veneza (f).
Veneza (em italiano Venezia) fica na província de Veneza, no nordeste da Itália, e tem cerca de 266.181 habitantes. Estende-se por uma área de 412 Km2, incluindo as ilhas de Murano, Burano Torchello e outras. Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, quando sua frota já era uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da época. Na verdade, um império de influência 'mundial' comandado pelos Doges, os líderes da cidade. Controlava várias rotas comerciais, cidades - como Negroponto e Dyrrhachium (atual Durres) -e ilhas inteiras: Creta, Rodes, Cefalônia e Zante, por exemplo. De fato, os palácios e monumentos denotam passado glorioso e opulento. O simbolo da cidade é o leão, visto em muitos edifícios.
Quando se desembarca na cidade, imediatamente você é tomado por uma sensação de que está em um lugar diferente, muito especial. Além da aura mitológica do lugar e expectativa inerente a primeria vez, o êxtase da chegada talvez se deva ao fato de Veneza estar tomada de turistas por todos os lados e suas ruelas estreitas lembrarem algo como a derrubada da Torre de Babel: centenas de pessoas falando em idiomas diferentes:
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São dois pontos em comum entre os visitantes: sorrisos largos e câmeras fotográficas à mão. Outro fato que chama muita a atenção é a ausência de automóveis e isso é uma benção! Inúmeras praças pequenas, ruas estreitas, sinuosas e com caminhos repletos de pequenas pontes e passarelas que passam sobre os canais. Por mais que voce tenha visto isso nos filmes, ao vivo é outra coisa. Digo isso por experiência própria: não me empolguei muito com a idéia até chegar lá. Cidade cheia de canais e gondoleiros cantando? Parecia muito piegas, muito clichê.. Mas que nada!, Veneza é o bicho!
Você pode andar horas e horas pelas pequenas pontes e incontáveis praças, observando cada detalhe da arquitetura centenária. Que cidade bonita! Parece mesmo que você está num filme e o passeio de gondola, por mais caro que se apresente (entre 80 e 180 euros), não pode ficar de fora. Arrume mais brasileiros para 'rachar' o valor:
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Por sinal, uma ótima dica sobre Veneza é acordar MUITO cedo e ir direto para a famosa praça São Marcos. Durante o dia ela fica tão apinhada de gente que é impossível tirar uma foto sem que apareça um alemão, uma inglesa e um chinesinho atrás de você. De manha cedo a praça fica vazia, com um ou outro passando provavelmente indo trabalhar:
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Os canais fazem inúmeras voltas e não é nada fácil se localizar, mesmo com um bom mapa. Certa noite após jantar em um restaurante buffet, talvez o único na cidade, acompanhados de uma garrafa de vinho, rodamos muito até achar nosso hotel. A cidade vista de cima, com destaque para o grande canal:
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É classificada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Dos muitos monumentos e locais turísticos existentes, destacam-se a imponente Basílica de São Marcos, na Praça de mesmo nome, a famosa Ponte de Rialto sobre Grande Canal, construída em 1588, a Ca’d’Oro e numerosas igrejas e museus.
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Outro passeio importante é até as ilhas de Murano, Burano e Torchello. Geralmente nos hotéis, oferecem o passeio até Murano, para conhecer uma fábrica tradicional de cristais sem pagamento algum. Obviamente a idéia é encantar os turistas para que eles comprem cristais de lembrança da ocasião. Vá sem medo, observe com atenção ao espetáculo (abaixo) e aprecie as peças em exposição (no interior da loja não é permitido fotografar):
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Se não desejar comprar nada, não tenha vergonha e saia de cabeça erguida. Ninguém disse que tinha de comprar e o valor cobrado é absurdamente alto, mesmo se comparado com outras lojas na mesma ilha. 'Despachamos para o mundo inteiro', eles insistem. Saia da fábrica e aproveite para conhecer o resto da ilha de Murano, Burano e Torchello. Para as duas últimas, tem de pegar outro barco, mas o passeio vale a pena:
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A volta é por Lido e do barco é possível ver a imensa barreira que construíram para tentar evitar que Veneza afunde com a força das marés:
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A cidade é ainda famosa pelos seus certames internacionais, como o Festival de Cinema e a Bienal de Artes, pela Regata Histórica que ocorre no primeiro domingo de setembro e pela celebração do Carnaval em trajes e mascaras típicas. Os hotéis são caros e as lojas mais ainda. A comida não é barata, mas no final todos vão a Veneza e o passeio vale cada centavo:
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Desculpem a qualidadezinha sofrível dos videos. Eles valem mais a pena para ilustrar o texto do que para qualquer outra coisa. Mas com a pratica vamos aperfeiçoando.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Quem tem boca vai a Roma.

Olá! Desta vez é de verdade: vamos começar com a Itália. O país que possuiu 40% das obras de arte antigas na europa, incluindo farto patrimonio arquitetônico.
Temos fotos (847), videos e muita coisa a relatar como, por exemplo, que Roma é um imenso museu a céu aberto; que Veneza (f) é de fato maravilhosa; que Florença é o berço da cultura renascentista; que o Vaticano tem mais ouro do que 'Serra-pelada' jamais sonhou, e; que é possível andar mais de 10 horas por dia, durante duas semanas a fio (arf!) etc etc.

Mas antes de tratarmos do passeio em si, vou relatar como as coisas podem sair do controle e tornar a viagem, digamos, mais interessante. Afinal, quem nunca ouviu falar em extravio de bagagem?

Chegamos no Rio de Janeiro depois do almoço e devíamos sair às 18hs, aproximadamente, com destino a Milão (conexão em Lisboa). Era setembro e a viagem prometia muito. Estava com minha esposa e os pais dela, prontos para conhecer a Itália de norte a sul. O plano era descer até Capri, ilha ao sul na famosa bota mediterrânea (não confunda com a gigante Sisília).

O aperto começou por causa do atraso no voo da TAP. Como chegamos uma hora atrasados em Lisboa, perdemos nossa conexão para Milão. Tivemos de ir para Madri e de lá pegar outra aeronave para o destino planejado. Frustrados, pois já sabiamos que perdemos tempo precioso, fomos para a fila da imigração. Tranqüilo. Após uma piadinha sem graça, o oficial da imigração deixou nós quatro passar sem muita onda. Teve gente que não teve a mesma sorte.

Para aproveitar a deixa, vai ai a dica: não viaje sozinho e, se for mulher, jamais use roupas justas, decotadas ou chamativas. Pouca maquiagem, porque para eles o 'estilo tropical brasileiro' é um pulo para cair na prostituição. E não tem choro, mandam de volta mesmo.

Em Madri soubemos que nosso próximo avião seria da Alitália. (...) 'Alitália? Não estão de greve?' 'Não', respondeu a comissária, 'estão falindo...' Bom saber, afinal tivemos dois acidentes no Brasil há poucos meses, mas as Cias eram financeiramente sólidas, pensei.

O voo da Alitália parecia um curta da série 'Apertem os cintos, o piloto sumiu.' O avião balançava e fazia mais barulho que uma charrete.

Milão finalmente, com oito horas de atraso e em outro aeroporto, diferente do planejado. Passa o tempo, uma turma na esteira e nada das malas. Bingo!, não tem malas. 'Elas se perderam' no caminho. Vamos para o balcão da Alitália. Cade as malas? 'Estão com a TAP, em algum lugar'. E não tem balcão da TAP neste aeroporto. (...)

Aqui no blog é facil descrever, porque no dia, cansados e com um jet-lag de 36 horas na cabeça, tentando falar em italiano, rapaz... complicado. Para resolver, deveríamos deixar o nome e endereço do Hotel que eles iriam entregar as malas para a gente. Hotel? Endereço? Passaríamos por mais de dez cidades, de trem até Capri: como era possível deixar tanta informação? Não tem mais mala, nunca mais, pensei. Relaxa, vamos em frente. Deixamos uma cópia do roteiro que a Ana preparou (em portugues) para o 'tiozinho' italiano no balcão. (...com certeza nunca mais vou ver minhas malas...) Vamos comer alguma coisa e fazer o check in no Hotel. (...)

Milão! estilistas famosos, grandes times de futebol e uma das maiores cidades da europa:
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Uma cueca, uma camiseta sem vergonha e um par de meias a 50 Euros? Catzo!, porque eu não coloquei nada disso na minha mochila?

Para encerrar a perda das malas, vamos colocar as coisas da seguinte forma: cinco dias com a mesma roupa - nas fotos, estamos sempre com o mesmo visual. Lavava as peças intimas nos hotéis e devo ter queimado uns três secadores de cabelo até aprender bem como se faz para secar meias e cuecas. Entregaram as bagagens apenas em Veneza, o que foi muito bom, pois pudemos viajar bastante, a pé e de trem pelas cidades, sem ter malas para carregar. Depois, já no Brasil, a TAP indenizou a gente pelo transtorno após duas ligações simples e um pedido formal por email. Se a TAM e a GOL fossem assim...

E hoje para qualquer lugar que eu for, sem exceção, levo na mochila um jogo de cuecas, meias e escova de dentes para o caso de uma eventualidade. Depois eu posto mais informações, fotos e videos. ; )

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fim do Mundo



Ca estamos de volta e desta vez vou falar do Fim do Mundo. Isso mesmo, com letras maiúsculas porque não se trata de previsão bíblica, mas apenas de um lugar muito especial no sul da Argentina. Na verdade, não devo falar apenas 'no sul da Argentina'. Isso é muito pouco para podermos descrever a cidade (Ushuaia) mais austral do mundo. Isso mesmo, o local permanentemente habitado mais ao sul do planeta. Abaixo do paralelo 42, se não me falha a memória, e isso tem várias e sérias implicações, ao menos para quem mora lá ou deseja visita-la. Vejamos:
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Carnaval com grana. Sim, isso é dificil acontecer, mas nos permitiu comprar o primeiro passeio 'exótico', com direito a uns dias em Buenos Aires e El Calafate. Depois eu falo mais sobre esta última cidade - bem bacana, por sinal - porque tenho muito texto ainda pela frente.
Bem, era algo que eu sempre quis fazer, ir até o ponto mais ao sul do continente. Desde pequeno eu olhava o mapa e imaginava o que poderia ter lá na tal da Terra do Fogo. Afinal, porque alguém chamaria um lugar presumivelmente MUITO frio de terra do fogo? Vulcões? Podia até ser, afinal a cordilheira dos andes acaba por alí...
Daí chegamos na primeira informação interessante e veio novamente dos famosos exploradores espanhóis (lembra deles em Monte-VI-DEO?): diz-se que o nome é de autoria de Fernão de Magalhães, aquele famoso explorador português e primeiro quase circunavegador da terra. O coitado morreu no caminho, mas o relato da aventura é incrível (vide leitura sugerida: Além do fim do Mundo). Ele estava a serviço da coroa espanhola buscando uma passagem alternativa para as Indias Ocidentais sem ter de passar pelo Cabo das Tormentas. Navegando pela costa americana, ele e a tripulação viam do convés do navio, de noite, muitas fogueiras acesas na praia. Não podiam imaginar que aquela terra, fria pra dedéu, podia ser habitada. Os marujos supersticiosos especularam um monte de coisas: pensaram que fossem espíritos malígnos, dragões e bichos estranhos, ou furos na 'beirada do planeta' (estamos falando de 1519, quando não se tinha certeza que a terra era redonda)- etc, etc. Mas, para encurtar a estória, no fim o lugar ficou com o nome de 'Tierra del Fuego' - espanhol mesmo, no original - e, seus habitantes, os 'Fueguinos'. Esses caras, os índios, deram origem a muitas lendas. Apenas para se ter uma idéia, eles não tinham pêlos, andavam descalços e não usavam roupas nem no inverno. Tinham lá uma manta precária de pele animal que parecia mais um cobertor de indigente e enfrentavam o frio passando óleo de baleia no corpo com areia (imagine a cena...rs). Moravam em tendas igualmente precárias, eram baixos, fortes e pescavam leões marinhos de mais de meia tonelada em canoas feitas de pele! Dizem que a última índia 'pura' morreu há poucos anos. Mas houve tempo, ao menos, para o homem branco 'catalogar' bem a espécie antes de dizimá-la. A teoria mais aceita, diz que esse povo viveu na região durante dez mil anos e demorou menos de cem para serem exterminados pelo homem branco, após o início da colonização da área. É um caso clássico da antropologia. Museus, livros e até e filmes foram feitos sobre os antigos habitantes da região:
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Pois bem, voltando ao lugar, podemos dizer que a Terra do Fogo, o Fin Del Mundo, ou simplesmente Ushuaia (a pronúncia do 'sh' é com som 'z' e não 'ch') é uma região de intenso contraste. É o Alasca sul americano e não fica devendo nada a ninguém. Para se ter uma idéia, é uma das pouquíssimas regiões do mundo onde se pode esquiar 'ao nível do mar'. Cerro Castor é o ponto de referência para o esporte. Do quarto do nosso Hotel víamos o mar e, ao fundo, a Cordilheira dos Andes, com vários picos cobertos de neve.
Quem tiver ímpeto aventureiro e deseja ver o 'lado selvagem da vida' deve fazer dessa viagem destino obrigatório. É possível acampar nos parques nacionais e o visual é deslumbrante. Voce tem contato direto com os extremos do planeta, como por exemplo, temperaturas baixíssimas, ventos que 'descem' do céu com tanta fúria que espalha um 'quarteirão' de árvores pelo chão, além das clássicas mudanças repentinas nas condições meterológicas. Tem vários glaciares na região próxima a cidade que matêm micro-climas próprios. Para quem nunca esteve próximo de um glaciar* (massa gigantesca de gelo que se forma com a neve acumulada sobre as montanhas e desce em paredões por força da gravidade) e deseja saber como é a sensação térmica, basta tomar um ducha fria e se trancar por uns trinta minutos, ainda molhado, num freeser.
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A região tem muitas baías (Baia Lapataia, p ex.), penínsulas e montanhas. Uma floresta exuberante nas areas mais baixas e fauna diversificada. Vale a pena passar no Museu de História Natural para ver os vários espécimes: de tatarugas a pinguins, todos gigantes, e outros tantos bichos empalhados. Vários extintos por força da ação do homem, mas hoje em dia ainda pode se ouvir as batidas dos pica-paus que proliferam na mata. Para piorar, alguns idiotas pensaram em faturar uma grana com peles de castores, trazidos do Canadá. Esses bichos acabaram fugindo do cativeiro e, como não tem predadores naturais na região, proliferaram. Por natureza, fazem diques, que por sua vez formam grandes lagos, matam muitas árvores e forçam outros animais silvestres a abandonar o local. Teve situação semelhante com coelhos que também viraram uma praga. Teve ainda pesca predatória, matança de aves etc etc. A Terra do Fogo só está de pé por milagre.
Lembramos ainda que a região foi objeto de contenda entre a Argentina e o Chile. Fato que obrigou o Papa a intervir na solução. Para não ter mais problemas com posseiros e colonizar a terra, o governo argentino criou uma prisão, hoje desativada. Conta-se que muitos presos, inclusive da época da ditadura, após fugirem, passavam tanta fome e frio na floresta que pediam encarecidamente para voltar as suas celas. É zona franca!, com ofertas irresistíveis de vários produtos, desde vestuário a bebidas e perfumes. Trajeto contumaz de cruzeiros que vem de Buenos Aires e Punta, o Canal de Beagle (navio no qual Darwin passeou por tres anos) liga o Atlântico ao Pacífico e ainda é berço esplêndido de colonias de leões marinhos, focas animadas e muitos pinguíns. No Carnaval a temperatura gira entre zero e dezesseis graus Celcius. Tem muitos bares, cafeterias e apesar da cidade não ser a mais bonita do mundo, tem lá seus encantos. Faça todos os passeios disponíveis, mas verifique antes com a operadora, pois uns e outros podem ser a mesma coisa, com nomes diferentes. Se voce quer ter uma breve noção do que se pode fazer no Ushuaia, veja só este video:
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Para terminar recomendamos que deixem os testamentos prontos antes da viagem: as condições de pouso em Ushuaia podem ser horríveis, com muita neve e vento. Os pilotos da Aerolineas argentinas são bosn, mas os aviões... Nosso voo taxiou na pista e foi até a cabeceira, pronto para decolar. Após alguns minutos, voltou a plataforma e desligou os motores. Nisso veio um 'tiozinho' de macacão, com uma maleta e uma escada. Todos a bordo sem entender nada... O cidadão encosta a escada na asa, pega um martelo e dá-lhe cacetadas. Pléin, pléin, pléin... Coça a cabeça, olha para o piloto e dá sinal de ok, com o polegar. Tira a escada e vai embora, enquanto o avião seque para a pista de decolagem e nós rezamos sem saber o que vai acontecer. Afinal, o destino era mesmo o fim do mundo. : )

terça-feira, 28 de abril de 2009

Menelaw Sete: outro cara!


Então (...). Tenho estado muito ocupado e para não deixar o blog ocioso por tanto tempo, vou tentar fazer pequenas postagens com alguns assuntos relacionados a temas recorrentes. Poderemos, quem sabe, ter um espaço dedicado a pintores brasileiros, tal qual a postagem dedicada ao Luiz de Souza.
Pois eh: desta vez vemos o quadro Anjos (f) do baiano Manelaw Sete.
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http://www.menelawsete.com/
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Menelaw Sete é internacionalmente conhecido como o Picasso Brasileiro. Nascido em 1964 na cidade de Salvador, começou a desenhar desde a infância. Em meados da década de 1980, o artista completou um treinamento formal em uma escola de arte na Bahia e passou a se dedicar a pintura em tempo integral. Menelaw abriu um estúdio em bairro histórico de Salvador (Pelourinho) e seu trabalho chamou muita atenção de visitantes no Brasil. Hoje mora na Itália e expõe nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Sudeste da Ásia. Para quem quiser mais informações, em Curitiba, temos a Galeria Manolo Saez que expõe e negocia obras dele e de outros artistas renomados.
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Mostras permanentes:
Museu de Antropologia de Frankfurt - Alemanha Casa de América Latina - Bruxelas - Bélgica Consulado Brasileiro - Atlanta - EUA Coleção de Caixa Econômica Federal - Rio de Janeiro - RJ Museu da Cidade do Salvador - Ba - Br Museu CEAO - Salvador - Ba Museu - Ile Axé OPO Afonjá Museu Regional de Feira de Santana - Universidade Estadual de Feira de Santana Fundação Barbosa Rodrigues - Campo Grande - MS Consulado da Itália em Salvador - SSA - Ba Home Menelaw Museu Sete - Sicília - Itália.
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Amanha ou depois eu posto sobre a Itália. Ou sobre o Canadá. Sei lá, vamos ver. : )

quinta-feira, 26 de março de 2009

O Lugar Mais Bonito


Eu ia continuar com a viagem do Uruguay, mas vou dar uma pausa para contar sobre um dos lugares mais legais que já conheci.
Se não foi o mais bacana, com certeza foi o mais bonito: Bariloche.
Eu queria esquiar fazia tempo, mas o preço e a época do ano não favoreciam os planos, até que surgiu aquele pacotinho barato num hotel duvidoso.. Era final de agosto e também tivemos muito receio se encontraríamos neve nas montanhas para esquiar. Mas como estava barato, por que não arriscar?

Fizemos conexão em Buenos Aires e tocamos para a cidade que atrai muitos brasileiros no inverno. Verdade! Os argentinos acharam um cognome bem ilustrativo: 'brasiloche'. Com tom indignado, eles dizem a quem quiser ouvir que a cidade vira um 'inferno' com os brasileiros na alta temporada. Esse foi um dos motivos que pensamos bastante antes de ir para lá. Em geral, quando um lugar recebe muitos brasileiros, os 'nativos' criam certa antipatia. Estranho, mas sempre que encontramos o nosso povo no exterior, viajando 'de galera' principalmente, eles estão fazendo muito barulho e são, muitas vezes, extremamente inconvenientes. Temos de lembrar que nem todos gostam desse 'jeitinho brasileiro brincalhão e alegre'. Já existem aqueles sem noção alguma de educação, mas o negócio parece ficar pior quando saem de férias. Vou relatar apenas um episódio para não parecer que é besteira. Vale a pena para refletir:
Estavamos em Bariloche, numa lojinha de artigos baratos, típicos para turistas. Sabe aqueles chaveirinhos e cacarecos de qualidadezinha sem vergonha? Então. Qualquer ilustre que entrasse na loja veria que a camiseta de quinze pesos (!) não valia nada mesmo. Era presente (regalo) barato para as tias e sobrinhos distantes ou para quem voce realmente não gosta. Mas estava lá uma jovem senhora falando alto e reclamando bastante: 'Olha isso! Que porcaria! Não vale nada!' Enquanto bradava, pegava as peças e esgarçava as golas, detonando uma a uma. Ela não perecia interessada em comprar, mas apenas em falar mal dos argentinos e destruir o que encontrava pela frente. A vendedora, visivelmente cansada (chegam a trabalhar das 09:00 às 23:00, sete dias por semana na temporada), fingia que não estava entendendo para não ter de tomar uma atitude. Fiquei com vergonha de ter nascido no mesmo país daquela idiota. Para resumir, dá a impressão que muitos brasileiros que vão a Bariloche chegam 'apavorando', zoando pelas ruas e sem a menor noção de educação com los hermanos. Parecem pensar que a rixa no futebol pode ser extravasada em qualquer lugar, especialmente atrás da 'prerrogativa de turista'.
Mas superado o incidente, fizemos vários passeios: 'Circuito Chico', passeio ao Refúgio Neumeyer (voce não imagina a pronúncia disto em espanhol) e a impagavel pista de 'esqui-bunda.' Este é um trenozinho pequeno, com um manche, em que voce senta, estica as pernas e despenca ladeira baixo, na neve, atropelando quem fica pelo caminho. É a brincadeira mais legal na neve. Tão emocionante que perdemos a noção da hora e ficamos sem transporte de volta ao Hotel. Sem telefone no parque para chamar um taxi, escurecendo e muito longe de qualquer lugar, nosso pequeno grupo - dois casais, apenas - começou a se preocupar. Devido a insistência de pessoas de outra excursão, conseguimos uma carona até a cidade. Pelo povo de lá, teríamos ficado na montanha, largados a própria sorte.
Outro passeio que merece ser feito é a rota até o refúgio Neumeyer, de jipe. Além da trilha 4x4, tem opção de esqui alpino e a caminhada até uma lagoa congelada em cima da montanha:


Já o Cerro Catedral é o mais indicado para esquiar:


Por oportuno, vamos as dicas: 1) NUNCA siga os guias da excursão para alugar seus esquis. Você vai pagar uma fortuna e se submeter a situações horrorosas. Exemplo? tentaram reter nossos passaportes para garantir que devolveríamos os equipamentos. Procure as lojas mais distantes das pistas. São comerciantes que têm de tratar bem os clientes que conseguem 'tirar' das operadoras de turismo local e não se incomodam de dar muitas dicas úteis. 2) Se nunca esquiou, não deixe de fazer aulas. Não adianta tentar sozinho. O negócio tem sua técnica própria e você vai ganhar muito tempo de diversão se pegar uns atalhos com os professores. Ainda: se puder faça aulas individuais, ou em grupos bem pequenos, e de no máximo uma hora. Muita gente está lá apenas pela festa, não querem aprender nada e empatam as lições. Tudo vira motivo para fotos e os instrutores ainda acham graça. Muito tempo de aula também não adianta: aprenda pouco de cada vez e pratique depois sozinho. Em uma temporada, definitivamente, você não vai se tornar um 'ás' do snowboard. 3) Luvas de neve, por melhor que sejam, necessitam de luvas de tecido por baixo. Com a transpiração, a umidade não é totalmente absorvida pela luva externa e se acumula nas mãos. Isso gela! O mesmo com relação as meias. Leve sempre um par extra na mochila. Por melhor que seja sua bota, se ficar com as pernas enfiadas na neve vai entrar umidade e voce vai sentir dores de tanto frio. Dá para colocar jornal entre as meias e as botas. Aquece bastante e alivia o problema do suor. Por sinal, mesmo que esteja com calor, nunca se separe de suas luvas. O contato das mãos diretamente com a neve queima. 4) Leve sempre agua potável na mochila, não fume e não beba alcool. Na montanha voce desidrata rápido, a baixa pressão facilita a bebedeira e o surgimento de trombose. 5) Por fim, deixe para comprar gorros lá, pois os nossos não protegem o suficiente. São baratinhos. Use roupas de cores vibrantes para ser visto e evitar acidentes.

No mais é isso. Apesar de ser muito 'popular', Bariloche é uma das poucas cidades que fica bem próxima das estações de esqui e tem vários programas interessantes para quem não quer ficar na montanha o tempo inteiro.

quarta-feira, 25 de março de 2009

MONTEVIDEO (entendeu?)

Desta vez vamos falar de uma viagem muito boa. Pelo preço, duração do vôo e pelas pessoas bacanas que conhecemos, posso dizer que superou todas as expectativas.
Carnaval... sem grana. O que fazer? Da-lhe Deni (Blumenau) com a idéia salvadora em cima do laço: URUGUAY!, ela disse. Quanto? Trezentos e poucos dólares por pessoa, cinco dias, com dois passeios mais citytour? Deve estar brincando, pensei. Bem.. a Deni nunca nos colocou em roubadas.
Dá-lhe poltroninha apertada da GOL. Chegamos e inicialmente a impressão é de que Montevideo já foi uma capital muito portentosa. Teve um passado glorioso, com certeza, mas hoje não ostenta o mesmo brilho. Apesar de manter certos bairros vistosos, com casas coloniais imponentes, calçadas cuidadas e ruas arborizadas, a cidade não consegue esconder o triste retrato da crise financeira que se instalou no Uruguay faz muitos anos. Há intenso contraste entre a beleza natural do lugar com os prédios decadentes e carros velhos. Estranho mencionar, mas não vimos um shopping na capital com piso de granito. As pessoas te olham num misto de curiosidade e estranheza. Não parecem acostumados com turistas, apesar de aceitarem dólares sem titubear. De repente começamos a perceber que o custo do pacote refletia o momento econômico do país. (...)
Montevideo tem um mercado municipal festejado pelos moradores como 'o' ponto turístico (eh bem menor do que o de Curitiba e tah na fila para reforma). O fato é que ele foi projetado pelo mesmo engenheiro que fez a Torre Eiffel - com aquelas treliças características, e é cheio de churrasqueiras gigantes para fazer a tal da Parrilhada. Vejam só:
Tem também as famosas 'Ramblas' que, em árabe, significa 'caminhos de areia'. São calçadas MUITO largas a beira do Rio da Prata que deixa o calçadão de Copacabana parecendo uma esteira de academia. Obviamente não é tão bonita quanto a ciclovia carioca, mas é de fato enorme. São ótimas para caminhar de manhã:
A cidade é relativamente pequena, dividida entre a parte velha, próxima ao porto com ótimos restaurantes para jantar, e a nova, com vários parques lindos (vale a pena perder uma manha passeando neles), quadras públicas de tenis e de golf!! Mas vamos aos fatos curiosos:
Primeiro o nome da cidade, Montevideo. Reza a lenda que isso se deve aos mapas preliminares dos exploradores espanhóis que - com letra ruinzinha, imagino - anotaram a referência do lugar: 'o Monte VI (o sexto monte) D (na direção) EO (leste para oeste). Junte tudo e fica MONTE-VI-DEO. Montevideo! ..ãh??.. Ouvi bem? Isso mesmo. Já pesquei estórias insólitas, mas esta é no minimo interessante. Tá lá até hoje: Montevidéo, com acento para nós.
Os táxis: junto com o trânsito, merecia um capítulo próprio. São carros velhos, com pequenas batidas. Tem muito Corsa da GM e, junto com os demais loucos ao volante, 'voam' pelas ruas.
Se voce tirar um fim-de-tarde para ficar num bareco ao lado das ramblas, com certeza vai ver uma batida. Escolha um boteco próximo a um sinaleiro que não tem erro. Mas isso não é tudo.
Algum maladro fez um lobby no governo 'em prol da segurança dos pobres taxistas' para que todos fossem equipados com vidros a prova de balas. Mas a proteção fica apenas entre os passageiros e os motoristas. Bem... além de não proteger ninguem contra roubos, elas são um atentado contra qualquer norma mínima de segurança no trânsito.
Imagine voce, dentro de um taxi a 100 km/hora, sem cintos de segurança, apertado entre o banco e um vidrão grosso colado na sua cara. Se o carro bater vão raspar o que sobrou de você com uma espátula. Ah!, as janelas laterais do carro não são protegidas e os taxistas andam sempre com elas abertas. Na parte blindada, tem um 'buraquinho' para passar o troco, mas deve ser somente para turistas. Depois de uma ou duas corridas, voce aprende que é mais facil descer e pagar o motorista pela janela mesmo. Quanto tempo demorou para que os ladrões percebessem isso?
Mais uma coisa esquisita sobre os pontos de táxi (eu disse que dava um capitulo...): tem uma piazada que abre as portas para as pessoas nos pontos e pedem uns trocados por isso. Se os passageiros não dão a gorgeta, os motoristas entregam umas moedas. Sem problemas!, parece uma espécie de tradição da cidade, mas é muito estranho. Dificil acostumar e quando eles chegam atrasados, correndo apenas para fechar as portas, voce pensa que é assalto.
Já falei para não ir em hipótese alguma para Montevideo no Reveillon? Depois eu explico e aproveito para postar sobre Colonia Sacramento, Casa Pueblo e Punta Del Este. Aliás, adianto que Punta é linda e nos pareceu qualquer coisa entre Miami e Balneário Camboriú/SC.
Ah!, tava esquecendo. Depois de jantar próximo ao mercado municipal, entrando no táxi, fomos abordados por um 'abridor de portas' que pediu moedas. Eu disse que não, sem cerimônia, ao que ele respondeu: 'Ei, cara, eu sou brasileiro também! Me ajuda.' Rapaz... a crise tah tão feia que exportamos até mendigos.

terça-feira, 10 de março de 2009

Outlet em Nova Iorque



Continuando o texto anterior, segue ao lado a tal da foto da ponte do Brooklin: ao fundo temos parte do skyline de NY e nós com as indiscutíveis jaquetas de turistas. Mas vamos falar agora um pouco de compras que, em Manhatan, é uma necessidade indiscutível. Tem de tudo. O que voce procurar, em NY voce encontra. Pode dar trabalho, mas tem em algum lugar. Existem várias categorias e começamos a examinar as grandes lojas de departamentos multi marcas, como a Sacks - esta um ícone norte americano, a Macys, Bloomingdale’s e outras. Leva uma tarde inteira para ver o que cada uma oferece. Tem óculos, relógios, camisas pólo, roupas de calor e de frio, agasalhos de academia, meias e eletrodomésticos. Tem de tudo mesmo. O americano consegue realmente diversificar os produtos num mesmo espaço, trazendo novo alcance aos conceitos de 'mega-store' e lojas de departamentos. É quase uma cidade. Depois temos as lojas especializadas famosas, como de briquedos 'Fao Swartz' e 'Toys R Us', as lojas de CDs (extinta Vigin da Times Square), a loja da Apple debaixo do quadradão de vidro proximo ao central park, etc. Os preços são muito em conta, na maioria. Mas alguns artigos não valem a pena, como por exemplo as bermudas vendidas na Quiksilver, a U$.90,00. Em geral eletrônicos e cameras são uma boa pedida, mas não entrem em lojinhas tipo 1,99 que proliferam por lá. São repletas de vendedores pegajosos, insistentes e os produtos são de origem super duvidosa. Para reconhecer uma lojinha é facil: na vitrine tem um monte de cameras, bonés e DVDs players portáteis e os vendedores não usam qualquer uniforme que identifique a loja. É roubada na certa. Quer uma maquina fotográfica? Vá na BH (www.bhphotovideo.com/) e fale com o Moisés, brasileiro mais conhecido do que moeda de um real. Quer um notebook? Procure a mega store ou representante oficial da marca. Por fim, temos os famosos Outlets, ou shoppings de descontos. É para onde vão todas as peças das lojas que não foram vendidas nem na liquidação. Chegam a ter mais de 80% de desconto. O dificil é encontrar algo com o seu numero. Em geral são peças 'size' XXL. O mais famoso dos Outlets é o Woodbury:
Fica fora de Manhatan (para evitar o 'fogo amigo') e existe muitas agências que levam os turistas para lá. Não vale a pena ir de carro alugado, pois a estrada pode ser perigosa com animais - p. ex. as renas atravessando de surpresa na frente dos carros - e gelo na pista. Pague U$.60,00 e relaxe no passeio. Atenção especial para a loja da Sony, da Okley e da Timberland. Mas são tantas que seis horas é pouco para vê-las. Tem também Lacoste e Prada dentre outras. Mas nesses casos, os preços não são tão atrativos para se chamar de 'oportunidade' e as coleções são antigas com pouca opções de cores e tamanhos. De mais a mais, em Manhatan é facil encontrar boas promoções com excelentes preços. A melhor época, segundo informações de outros viajantes, é logo após o Reveillon. Mas tenha sempre calma para não se empolgar com coisas que voce provavelmente nunca irá utilizar, como por exemplo uma luva de baiseball do yankees. Tenha em mente também que tudo o que voce comprar tem de caber nas malas (maximo duas por passageiro, pesando até 32 kg cada) e ainda passar na Receita Federal quando voltar para o Brasil. : )